Ela controlava a porra do universo e
quando falava, as palavras iam pelo mundo
fazendo o que ela queria.
Pude vê-la, quatro, cinco anos,
rodeada de coleguinhas brincando de pique-esconde
embora todos quisessem pique-tá.
Era comum, rosto comum, corpo comum,
mas falava e a porra do universo obedecia
e trazia nos olhos a certeza de saber disso.
E perguntava coisas da minha vida
que eu não digo pra ninguém, e eu contava
tudo, sem pudor, e não era uma escolha.
E quando virava as costas e me ignorava,
era como se o universo inteiro mudasse de lugar
me deixando num canto onde não se existe.
O Amor Fernando Pessoa
-
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p’ra ela,
as não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de di...
Há 6 anos
3 comentários:
Conheci alguém assim. Mas ainda me pergunto se conheci ou inventei. Tenho dúvidas sobre todo esse "poder".
Me fez lembrar um "livrinho" com uns continhos dum tal de Kafka, qto menor, melhor...
E, lógico, ficou muito bom.
Postar um comentário