O dia começou como tantos outros na quente cidade do Rio de Janeiro. O clima abafado e o asfalto quente transformaram o ônibus que levava Rafael para o trabalho numa sauna móvel de alta velocidade. Algo chique para um suburbano sem um tostão furado no bolso. Pelo menos a carteira era nova - e justamente por comprá-la é que ela estava vazia, ou será que ela poderia ser comprada cheia? Mais de uma hora se passa e desembarca no Centro um jovem com a testa molhada como azulejo de boxe depois de ducha quente, camisa social ensacada, completamente amarrotada e com o tecido das costas escuro de suor, desenhando todos os poros até então pressionados contra o ardente banco do coletivo.
Chegara. Finalmente chegara ao trabalho, deixando sua bolsa necessitada de um banho ao lado do micro. Esfregou os olhos tentando espantar o sono. O dia não estava muito movimentado. Pouca coisa pra fazer. Tempo livre. Nada interessante pra pensar. Somente perda de tempo. Coisa chata mesmo. Uh, põe chato nisso. Nada pra fazer. Nada pra pensar. Ai, ai, ai. Dia que não passa. Tempo que agarra o ponteiro e não deixa ele andar. Decidiu criar um blog!
Sim! Porque não deixar a imaginação voar sobre as asas da criação literária despretensiosa através de personagens de vida curta e sem compromisso com o passado, presente e futuro? Pressionava as teclas furiosamente na expectativa de conseguir compor um texto digno de ser lido. No fundo ele sabia que o único digno de ler aquilo era ele mesmo. Signifique isso o que seja lá. Seja lá, seja cá, seja aqui, seja acolá, sei lá. Ele está escrevendo contos. Danou-se.
dezembro
-
na praia
menstruada
quarto dia tem um momento em que tudo
Vaza
último suspiro
depois do terceiro, um hiato
parece que terminou
Dessa vez
menos tempo, m...
Há 11 meses
6 comentários:
Fala Rafa,
Que bom saber que vc está a contar histórias aqui pela net também... histórias cariocas de uma cidade ardente de desejos??? - é isso aí cara, sempre que puder estarei por aqui e siga em frente e verá que esse negócio de escrever é bom demais e nem tão dificil assim... avante!
Hehehehe... "escrever torna o homem exato", meu nobre. Thomas Edson disse que "em todo gênio há 99% de transpiração e um por cento de inspiração".
Então, pau na máquina - não no pc, na cuca! Boto fé em você.
Fica no óleo!
Migooooooow, gostei de ver, começou mandando bem, e olha q eu sou chata hein!?
bjaum
Esse é o meu garoto... Eu sou mais do que suspeita pra falar desse menino... Não sei porque, mas eu sempre gosto do que ele faz... A não ser piadas com a minha cara... :p
Se fosse qualquer outro, poderiam até dizer que o amor é cego e que também sou... Mas neste caso a opinião é unânime: Rafael sabe fazer seu leitor feliz... Afinal, poucos sabem conversar com quem está desfrutando suas palavras.
Não deixe a vida se esvair pelas mãos, menino... Escreva sem parar... Deixe algo para as gerações futuras!
Rafinha, já tinha vindo aqui algumas vezes, mas não tinha comentado, não havia lido esse texto de introdução todo, Rebecca diz tudo na frase: "Rafael sabe fazer o leitor feliz."
Beijos!!!
Ei... te admiro porque, apesar de às vezes ser muito chato, e implicante, você toma a coragem de colocar no papel, ou na tela, o que está pensando. Porque eu mesma muitas vezes começo histórias na cabeça e tenho preguiça/vergonha/lombeira de publicar.
beijos
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